segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Dia de Chuva


Meus pés persuadiram-me, perturbados,
A perambular pelas ruas quase vazias,
Para admirar o céu que havia se aproximado
Curvando-se e ofertando seus excessos.
O ar frio e revitalizado,
Revezava com as gotas sobre mim.
As árvores que, com mais esforço,
Correriam comigo por elas mesmas,
Não realizaram mais do que chorar de felicidade.

(Geneva H. M. Santos)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Coleção de Cenas



Tudo o que há de eterno mesmo quando não é...
Transeuntes filhos dos instantes,
Ventos ora ulcerosos ora regenerativos,
Máximos ou mínimos que tanto fascinam;
Ou não...
Ainda que relutantes, encravam-se
Até nas mentes, mesmo do mundo, mais distantes.


(Geneva H. M. Santos)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mudanças na Colméia


Descobertas, sonhos: negligênciados.
As intenções escondidas nas faltas
Bebem o sangue das operárias
Que seguem na existência vendadas;
Ou ignorantes ou acomodadas.


Aos olhos que com as palavras interagem,
Às narinas que inspiram tal atmosfera,
Suplica-se, mesmo sem pedir,
A intervenção de braços de coragem,
Disposição de energias que reagem.


Para a ruína da gananciosa muralha,
O néctar instrutivo será derramado
Pelos próprios braços solicitados,
Matando a sede das abelhas privadas
Unindo forças às suas ferroadas.


(Geneva H. M. Santos)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Vozes Imóveis


Posso ouvir os grunhidos
Mas ainda não os localizei.
Sinto o cheiro da pólvora,
Mas não vejo o fogo aceso.
Também não há estampidos;
Apenas os velhos ruídos.


Ares em busca de plenitude,
Devaneios, sem atitude.


(Geneva H. M. Santos)