quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Retrago


Eu, vendo pelo reflexo de uma poça...
Lua crescente.
Provocando-me,
Com sua principal ideia.
Invadindo-me, seu olhar...
Insistindo em rebuscar
Meus já turvos disparates,
Que comportam e compõem
Inegáveis veias utopistas.
Aquelas, as mesmas,
Que só não têm mais forças
Pela própria inapta letargia...
Diminuo os passos no compasso
Absorta, esqueço o motivo
Que me arrancou de meus mórbidos cômodos, antes...
Até que um sinal da vida real
Materializa-se em minha frente...
E eu volto.
Nem triste, nem contente.

(Geneva H. M. Santos) 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Dança das Borboletas


As borboletas estão voando
A dança louca das borboletas
Quem vai voar não quer dançar
só quer voar, avoar
Quem vai voar não quer dançar
só quer voar, avoar

E as borboletas estão girando
Estão virando a sua cabeça
Quem vai girar não quer cair
só quer girar, não caia!
Quem vai girar não quer cair
só quer girar, não caia!

And the butterflies are invading
The apartments, theatres and bars
Sewers and rivers, lakes and seas
Turn around, turn around, turn around
Destroying windows and glass doors
Escalators and in the chimneys
They sit and lie in the smoke
In a rainbow, knows what it is

Se sabe o que é... 

E as borboletas estão invadindo
os apartamentos, cinemas e bares
Esgotos e rios e lagos e mares
Em um rodopio de arrepiar
Derrubam janelas e portas de vidro
Escadas rolantes e nas chaminés
Se sentam e pousam em meio à fumaça
De um arco-íris, se sabe o que é

Se sabe o que é...

( Zé Ramalho / Alceu Valença )

terça-feira, 28 de junho de 2011

Não Pude


Não...
Eu também acho graça.
Mas não pelo mesmo motivo seu.

À medida que as cores se desdobram:
Eu perco o riso;
Você chora.
Eu não consigo fazer nada mais
Que olhar para sua silhueta.
Enquanto tuas águas te evadem
Tentando me levar consigo.

(Geneva H. M. Santos)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Teu Mal-estar



No meu silêncio...
(...) No meu esconderijo...
Você não percebe, mas eu sinto a sua corrosão...
Eu noto o ácido que desce por sua garganta.
O nausear que te consome
Contagia a mim também.


Quem dera eu pudesse mudar os fatos.
Pudesse eu lavar aqueles atos,
Que até hoje repercutem,
Te maltratando, te destruindo,
E envenenam o tímido broto de esperança
Que você inconscientemente mantém vivo.


(Geneva H. M. Santos)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mero Detalhe



Céu de Sol poente,
Me descongestiona o incômodo diário.
Tela sem defeito,
Exposta corriqueiramente.
Silenciosamente, sendo revelada...
Visão que, quando as nuvens querem,
Permitem o extasiar daqueles que se dispõem.


(Geneva H. M. Santos)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pessoas...


Um dos meus maiores receios e uma das minhas maiores fascinações são o fato de que cada corpo que anda é um conjunto de mistérios que se desloca. Com isto, por mais que se tente contrariar, cada contexto é imprescindível.

(Geneva H. M. Santos)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pegue o Leme


Cansei. Não acredito mais em promessas, principalmente as minhas, a menos que eu perceba as mudanças, ou melhor, braços e pernas labutando. Enquanto isto, o que domina, domina!


(Geneva H. M. Santos)